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Empreiteira Odebrecht usava termos do futebol para identificar políticos pelo cargo que ocupavam

PT é chamado de Flamengo e PSDB, de Corinthians em planilhas da Odebrecht

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Divulgação

No jogo das propinas da Odebrecht, o PT era o Flamengo e o PSDB, o Corinthians. O PR ganhou o codinome de São Paulo e o DEM, de Fluminense (veja a lista completa abaixo). Os apelidos aparecem em algumas das planilhas entregues ao Ministério Público Federal (MPF) pelo delator Luiz Eduardo Soares, que atuou no Setor de Operações Estruturadas – como era chamado o departamento de propinas da empreiteira.

Candidatos a cargos do Executivo e Legislativo também chegaram a ser identificados por termos do futebol. O candidato à Presidência da República era o "centroavante" e o governador, o "meia". Senadores ocupavam a "ponta". E deputados federais e estaduais eram, respectivamente, "volantes" e "zagueiros". Quem não tinha cargo e pertencia às bases dos partidos ganhava o apelido de goleiros.

O documento entregue por Soares não deixa claro a qual eleição se refere, mas ele foi colocado pelo Supremo Tribunal Federal em uma pasta nomeada como 2014.

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Foto: Arte/G1

A delação do ex-diretor da Odebrecht Luiz Eduardo Soares, durante as investigações da Lava Jato, aponta que o “departamento de propina” da empresa utilizava nomes de times de futebol para identificar alguns partidos, bem como a posição dos jogadores para designar o cargo ocupado pelo político beneficiado.

O PT era o Flamengo, PSB era o Sport, PSBD o Corinthians, PP o Cruzeiro, PTB o Vasco, PPS o Palmeiras, PR o São Paulo, DEM o Fluminense, Atlético Mineiro o PSOL, PCdoB o Bahia, PSC o Náutico, PSD o Botafogo, PRB o Santos, PDT o Grêmio, PMDB o Internacional, PROS era o Santa Cruz, PV o Coritiba, e a Rede era identificada como Remo. Os políticos sem partidos recebiam o apelido de ABC. A lista conta com 18 siglas.

Segundo informações de O Globo, na tabela apresentada pelo delator, explica-se ainda que os presidentes apareciam como centroavantes, governador era descrito como meia, senador era chamado de ponta, deputado federal era apelidado de volante e deputado estadual de zagueiro. Quem não tinha cargo e pertencia à base de partidos, recebia o apelido de goleiro.

De acordo com Luiz Eduardo, a empresa preferia o caixa dois para ocultar apoios. “Nós não gostávamos de fazer muitos pagamentos lícitos porque chamava muito a atenção. Se fosse pagar tudo de forma lícita daria US$ 100 milhões da Odebrecht. Em 2010 acho que foi R$ 60 milhões em (doação) lícita. É pouco. Se pega em relação a Camargo Corrêa, Andrade é pouco”, afirmou.

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