Impunidade é a palavra que resume os cinco anos da tragédia na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O incêndio ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013.
Depois de mais de 1800 dias, pouca coisa mudou. Dos 28 indiciados pela polícia civil, apenas quatro tornaram-se réus no processo criminal na justiça gaúcha, mas todos respondem em liberdade. São eles Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, sócios da Kiss, Marcelo de Jesus e Luciano Bonilha, integrantes da banda Gurizada Fandangueira.
As famílias dos 242 mortos e 636 feridos jamais receberam qualquer tipo de indenização. Ao contrário, os pais de duas vítimas, Sérgio e Flávio Silva estão sendo processados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Eles são presidente e vice da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria. Ambos respondem processo por calúnia e difamação por denunciarem a retirada de indiciados no processo sobre a tragédia. Sérgio esclarece como está a situação deles.
O filho de Sérgio, o estudante de direito, Augusto Silva, tinha 20 anos e foi um dos muitos que não conseguiram escapar da boate, pois não existiam saídas de emergência suficientes. Sérgio explica que sua dor é constante.
Eluiza Turcato sente a mesma dor de Sérgio todos os dias. Ela é mãe de Lincon Turcato que morreu junto com a namorada Mariana Macedo dentro da boate Kiss. Além da dor pela perda, Eluiza sente-se ferida também pela impunidade.
A Associação dos Familiares da Tragédia em Santa Maria pretende encaminhar à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos e a Organização dos Estados Americanos pedido de punição do Estado brasileiro por omissão, negligência e descumprimento da lei no caso Kiss.
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