Ex-executivos da construtora Odebrecht relataram pagamento de R$ 2,5 milhões para o Caixa 2 do deputado federal Andrés Sanchez (PT-SP), ex-presidente do Corinthians, durante campanha eleitoral em 2014.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a informação consta nas delações premiadas do ex-diretor-superintendente da empresa Luiz Bueno e do ex-presidente de Infraestrutura do grupo Benedito Júnior à força-tarefa da Operação Lava Jato.
De acordo com o relato, o atual vice-presidente do Corinthians, André Luiz de Oliveira, foi o responsável pelo recebimento do dinheiro, que não foi declarado nas contas da campanha de Andrés, que se elegeu com 169.658 votos.
Oliveira foi alvo da Operação Xepa, a 26ª fase da Operação Lava Jato, em março do ano passado. Ele foi levado a depor depois de as investigações da Polícia Federal ligarem o cartola a uma planilha da Odebrecht onde havia lembrete para o pagamento de R$ 500 mil.
Bueno e Júnior são dois dos 77 ex-executivos da empreiteira que assinaram acordo de delação premiada, todas homologadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo a Folha, a Odebrecht apresentou documentos que compravam o pagamento de R$ 2,5 milhões a Andrés.
A Odebrecht foi responsável pela construção da Arena Corinthians, inaugurada em 2014. A empresa, entretanto, não revelou pagamentos de propinas relacionadas à obra.
À Folha, o advogado de Andrés, João dos Santos Gomes Filho, afirmou que não há qualquer delação direta contra o deputado e que Oliveira "já se manifestou sobre o tema, esclarecendo que nunca pediu ou recebeu qualquer valor ou vantagem de qualquer natureza em favor ou em nome de Andrés Sanches". O vice-presidente corintiano reforçou a defesa e disse que nunca recebe valores da construtora.
Em novembro do ano passado, o STF autorizou abertura de inquérito para investigar Andrés no âmbito da Lava Jato.
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