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Para psicóloga, posse e obsessão explicam “furto” de cadáver

Mesmo depois de morta, Rosilei Portonieli, cujo corpo foi retirado da cova, continuou sendo vítima de violência

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Túmulo onde corpo de Rosilei foi furado por ex-namorado em Dois Irmãos do Buriti - Foto: Luiz Alberto / Correio do Estado

A subtração do cadáver da dona de casa Rosilei Potronieli, 37 anos, na madrugada de terça-feira (12), horas depois de ser enterrada, em cemitério na cidade de Dois Irmãos do Buriti, distante 120 quilômetros de Campo Grande, é apenas um exemplo das situações extremas em que os casos de violência contra a mulher podem chegar. De acordo com a psicóloga da Casa da Mulher Brasileira, Tatiana Samper, não é possível encontrar explicações para as motivações destes crimes apenas no âmbito psicológico, mas é preciso considerar os aspectos culturais.

Na sexta-feira (15), em coletiva de imprensa, a Polícia Civil revelou que a subtração foi arquitetada pelo ex-policial militar José Gomes Rodrigues, 57 anos. Ex-namorado da vítima, ele contou com a ajuda de um primo, Edson Maciel Gomes, 50 anos, responsável por fazer as revelações à polícia depois de detido. A justificativa dada pelos autores para a ação foi o cumprimento de um “pacto” entre a vítima e o ex-companheiro, anos antes.

De acordo com a psicóloga, há duas perspectivas possíveis para explicar crimes como este: a cultura machista da sociedade, que leva os homens a acharem que têm posse sobre a mulher; e a psicológica, quando eles não aceitam uma separação e não têm recursos psíquicos para lidar com a rejeição. “Existe uma obsessão, como neste caso, mas isso não é uma exclusividade de pessoas com problemas psicológicos, porque o sentimento da posse é reforçado socialmente”.

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