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Operário, de novo campeão estadual

E 21 anos depois, o Operário voltou a erguer o troféu de campeão de Mato Grosso do Sul.

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Desde 1997 Campo Grande não via uma carreata para festejar um itulo daquele que é considerado o seu maior clube - Foto: Franz Mendes

E 21 anos depois, o Operário voltou a erguer o troféu de campeão de Mato Grosso do Sul. Até o gol heroico do zagueiro André Paulino, aos 25 minutos do segundo tempo, um filme passou na cabeça dos torcedores do clube mais tradicional do Estado, imagens do único vice no período, em 2005, em um estranho certame de pontos corridos, os quase dez anos longe de qualquer divisão que seja do Campeonato Brasileiro, a falência, a queda à segunda divisão local. Períodos de incertezas e de medo de um hipotético e, por que não, medíocre fim?

Mas era evidente que o sul-mato-grossense mais bem colocado jogando com os grandes, a terceira colocação de 1977, cuja história se mistura com a própria divisão e criação do Estado, iria ressurgir. Precisava. E aconteceu.

"Eu tinha um ano apenas quando o Operário foi campeão pela última vez. A gente cresce ouvindo que é time grande. Então começa a pensar na obrigação de ser campeão, a perna pesa, a família cobra. Não é pelo time, é por mim, pela cidade", disse o meia Igor Vilella, um dos únicos campo-grandenses do elenco. Em sua fala, nas lágrimas que caíam de seus olhos no gramado do Morenão, o sentimento das arquibancadas.

Vilela recupera o passado, mas o atual grupo operariano viveu suas próprias dificuldades para escrever sua história. E não foram pequenos os percalços. Do início do ano, com a indefinição sobre a liberação ou não do Morenão, passando pela vergonhosa eliminação na Copa Verde para o Cuiaba, em 15 de fevereiro, quando perdeu pro 3 a 0 após a vitória no jogo de ida, em Campo Grande.

A incerteza pairou sobre os torcedores. E até sobre o elenco. Primeiro, os salários atrasados. Logo depois, um dos piores incidentes fora de campo registrados até aqui no ano no futebol brasileiro, no dia 18 daquele fatídico fevereiro, quando o meia Jeferson Reis agrediu um gandula do rival Comercial no clássico em que o Galo saiu derrotado por 1 a 0. As imagens correram o Brasil. E o jogador, até então um dos destaques do técnico Celso Rodrigues, foi suspenso até o final da competição.

"Só a gente sabe o que passou,do que fomos taxados, a cobrança interna, o problema com os salários. Mas temos de dar valor. Nunca peguei uma diretoria como essa, com um presidente honrado, que tocou tudo só com poucas pessoas ao lado, nos deus forças. Vou levar para sempre esse grupo no coração, grupo de trabalhadores, de homens. Acabamos honrados por Deus", disse o zagueiro André Paulino, heroi do título sim, afinal, além do tento que garantiu o título, foi quem empatou aos 49 do segundo tempo o duelo com o Urso em 1 a 1, resultado nas quartas-de-final que classificou o Urso.

Os problemas financeiros ficaram evidentes. A diretoria acertou os salários de fevereiro apenas na última sexta-feira. E tem até esta terça-feira (10) para quitar março. Rodrigo Gral, veterano, homem de confiança do grupo, treinador e diretoria, ganhou os holofotes ao tatuar o distintivo do Operário no braço. E depois da partida fez seu apelo particular para que os tempos de grandeza retornem.

"São três anos nesse clube, nessa luta para ser campeão. É gratificante chegar com 41 anos sendo campeão e eu sou sincero em dizer, é o título mais difícil que eu conquistei, por tudo o que envolveu. Estão todos de parabéns por superarem as dificuldades, vou levar todos comigo para sempre. Foi a primeira vez que jogo com a torcida assim. E fica o recado, para voltar a ser forte. Vamos ser fortes MS, investir. É um pouquinho de profissionalismo para voltar a ser grande", destacou o veterano.

Se dias melhores virão com o título, ainda é cedo para se dizer. A torcida se contenta com a euforia inicial, com direito a carreata em carro dos bombeiros pela cidade, do Morenão até a sede. Nas lágrimas que escorriam desde repórteres no campo até a torcedores exaltados, que aproveitaram para pagar promessas que iam desde andar de joelhos à pedir a mulher em casamento, a satisfação em dizer que o campeão voltou. E que seja para ficar. Com 11 títulos, maior número no Estado, é isso que se espera.

A CAMPANHA DO CAMPEÃO:

Primeira fase

24/1 - União ABC 1 x 1 OPERÁRIO - Ninho da Águia (Rio Brilhante)

28/1 - OPERÁRIO 2 x 0 Novo - Morenão

10/2 - OPERÁRIO 4 x 1 Comercial - Morenão

18/2 - Comercial 1 x 0 OPERÁRIO - Morenão

21/2 - OPERÁRIO 2 x 3 Costa Rica- Morenão

25/2- Novo 1 X 2 OPERÁRIO - Morenão

4/3 - Costa Rica 0 x 0 OPERÁRIO - Laertão (Costa Rica)

7/3 - OPERÁRIO 1 x 0 União ABC - Morenão

Quartas-de-final

11/3 - Urso 1 x 1 OPERÁRIO - Toca do Urso (Mundo Novo)

15/3 - OPERÁRIO 1 x 1 Urso - Morenão

Semifinais

21/3 - OPERÁRIO 1 x 0 Sete de Dourados - Morenão

25/3 - Sete de Dourados 1 x 2 OPERÁRIO - Douradão

FINAL

1/4- Corumbaense 1 X 0 OPERÁRIO - Arthur Marinho (Corumbá)

8/4 - OPERÁRIO 1 x 0 Corumbaense - Morenão 

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