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Quem está por trás da campanha de Ciro Gomes?

Pela 3ª vez, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) é pré-candidato ao Palácio do Planalto.

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© Adriano Machado / Reuters Ciro Gomes sobre propostas para economia: "Isso é muito chato de falar, mas vai ter todo um capítulo dedicado a isso".

Pré-candidato ao Palácio do Planalto pela 3ª vez, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) foi ao principal problema dos brasileiros para abrir sua pré-campanha: o desemprego. De acordo com pesquisa CNI divulgada no início do mês passado, as outras grandes apreensões são corrupção e saúde.

"Vou dar indicações de como vou criar alguns milhões de empregos a curto prazo pela construção civil enquanto as reformas não possam. Tem um conjunto já sendo elaborado de propostas muito viáveis."

As primeiras palavras de Ciro com a pré-candidatura confirmada incluíram um apelo para que temas relevantes como a economia se tornem centro do debate eleitoral. Com um tom mais contido que o usual, ele afirmou que a campanha tocará em questões como a superação da desigualdade e da miséria.

Reforma fiscal, um novo desenho previdenciário, tributário e um mercado de capitais capaz de financiar jovens inovadores são algumas das ideias que estarão presentes no programa de Ciro Gomes. "Isso é muito chato de falar, mas vai ter todo um capítulo dedicado a isso", pontuou.

Por trás da elaborações dos projetos em torno desse discurso árido estão 3 acadêmicos que flertam com a política: o ex-ministro do governo PT, Mangabeira Unger; o secretário de Fazenda do governo do Ceará, Mauro Benevides Filho, e o professor da FGV Nelson Marconi.

Mangabeira Unger

Professor da Universidade Harvard, o filósofo Mangabeira Unger comandou até setembro de 2015 a Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Dois meses após deixar o Executivo, ele trocou o PMDB pelo PDT e passou a costurar candidatura de Ciro Gomes.

Uma das principais defesas de Unger é o investimento em educação. A essência da narrativa do professor é a aposta em um currículo único nacional. A mesma área integra o discurso de Ciro Gomes. Ao falar de sua candidatura, ele usou dados do Ceará. "Um em cada 4 estudantes de nível médio do estado já está em escola de tempo integral profissionalizante", acrescentou.

Mauro Benevides Filho

Coordenador do programa de Ciro Gomes em 2002, o secretário de Fazenda do Ceará, Mauro Benevides Filho, é o principal nome para assumir o Ministério da Fazenda, caso o pedetista vença a corrida presidencial.

O secretário foi responsável pela contenção de R$ 400 milhões em gastos no estado. Para isso, o corte foi feito em despesas de custeio e pessoal. O volume de investimentos não foi atingido.

O ideário do economista, entretanto, flerta com a proposta da política de teto de gastos, adotada pelo presidente Michel Temer. "Criamos uma emenda de teto de gastos, com exceção de investimentos. Eles têm que ser uma prioridade para o setor público", disse, em agosto do ano passado.

Nelson Marconi

A política adotada por Mauro Benevides Filho no Ceará que se aproxima do teto de gastos é um dos eixos que está sendo revisitado pela equipe de Gomes.

Doutor em economia pela FGV, Nelson Marconi já declarou que há consenso no grupo que cerca o presidenciável de que é preciso controlar as contas, mas em um modelo que permita ao Estado gastar mais em momentos de crise.

Marconi é praticamente um novato da trupe de Gomes. O primeiro contato entre os dois foi em julho de 2016.

Ao Estado de S.Paulo, ele afirmou que o presidenciável, que foi ministro da Fazenda por 4 meses em 1994 - tem "clareza de que é preciso ajustar alguns preços macroeconômicos, câmbio competitivo, a taxa de juros mais baixa, e poupança pública para poder financiar os investimentos públicos".

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